sábado, 25 de outubro de 2008

Sapatos em Copacabana





Caminharei os meus sapatos em Copacabana

Atrás de livro algum pra ler no fim de semana

Exercitar aquela velha ótica sartreana

Vendo o maxixe falso da falsa loira falsa bacana

O mendigo ensaia o passo lento um carro avança

Sei que não tenho idade

Sei que não tenho nome

Só minha juventude

O que não é nada mal

(escreverei os meus sapatos na tua idéia

escreverei os meus sapatos na tua postura

escreverei os meus sapatos na tua cara

escreverei os meus sapatos no teu verbo

escreverei os meus sapatos nos teus

Copacabana)

Regressarei os meus sapatos por Copacabana

Na mão direita o sangue de uma história italiana

Escorregar um tango numa casca de banana

Quando cair só vou lembrar da tua risada sacana

O polícia esquece a mão suspensa um carro avança

Sei que não tenho idade

Sei que não tenho nome

Só minha juventude

O que não é nada mal

(as negras pupilas do verso dilatam)

(os automóveis jorram de um piano)

(as negras pupilas do verso dilatam)

(os automóveis jorram de um piano)

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