terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Porto Alegre, 02 Outubro de 2010.
(um dia antes do primeiro turno das eleições)

e assim foi a festinha de bienvenida...

visitinha ao Portinho

Montevio/Porto Alegre, 01 de outubro de 2010

¿Hola que tal?

o tempo passa e o tempo voa meus pimpolhos...
mais de dois meses em Montevidéu
e não é que a Pati não aguentou de tanta saudade do Portinho e das pessoas que preenchem sua vida de alegria...
a letra daquela antiga música vai dar o recado:

"Pode ir armando o coreto
E preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando
Põe meia dúzia de Brahma (pode ser skol?) pra gelar [...]
Eu tô voltando [...] Quero lá, lá, lá, ia, porque eu to voltando!"

Saudade, saudade, saudade...

Chego por aí amanhã sábado dia 02 de outubro e queria muito compartilhar "un ratito" com vocês. Então, se para sair do Portinho a festa foi na casa do Cleyton, volvemos ao ponto de partida...
Sábado - lá pelas 20h teremos alguns motivos para nos reunirmos:
- a (RE) volta da Pati;
- as plantinhas novas e a jacuzzi do apê do cleyton jejeje;
- a vitória da Dilma e do Tarso (afinal, o outro motivo da minha ida é votar!);
- o término da prova escrita CPDA da Josi e da Pati;
... e o que mais vier pelo caminho!

Acho que todos já sabem mas, não custa avisar - endereço do apê do Cleyton - Rua João Telles, n° 285 - apê 44 - Bonfim - Porto Alegre (muito alegre!) - Rio Grande do Sul tchê.
Levem cervejinhas ( ao velho estilo pati - por favor, geladinhas!) e umas carninhas para um assado.
Espero que possamos compartilhar um pouquinho, a mala vai cheia de descobertas

desde a Banda Oriental...
besos besitos besotes

primavera em Montevideo

Montevideo, 23 de setembro de 2010

Amigos, amigos, amigos


Primavera!

Mas que maravilha, sobretudo a primavera em Montevideo, as árvores começam a ter folhas novamente, ou melhor os plátanos começam a ter folhas novamente. As pessoas nas ruas demonstram ares mais alegres, e o vento, pois é o vento - este até agora continua soprando forte no rosto de quem tem ganas de estar en las calles. Nem tudo cambia jeje!

Estive por alguns dias ensaiando este email. Por vezes muito afim de contar a vocês as vivências en la banda oriental e por vezes, esperando acontecer mais coisas pra colocar no email. Bueno, chegou a hora...muitas coisas aconteceram nesses - bah fui contar agora - 63 dias...ulalá...

Pois é...mas não foi desta vez que enviei a tal mensagem aos amigos

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

...alguns dias em Montevideo 10 Agosto/2010


Hola que tal?!

como estão vocês meus queridos?
saudades de todos vocês...
por aqui a vida anda tranQUEla...tranQUEla
hoje estou comemorando (antecipadamente) a entrega do último artigo do semestre passado rsrsrs
buenas, falta a conclusão, mas isso é fichinha rsrsrs...
hoje descobri que o meu "entorno" (o entorno do apartamento) tem alguns butecos rsrsrs...
vou fazer um pequeno relato a "ustedes"... para deixá-los - que nem dizia um velho amigo "AO PAR") - de tudo.
Como sabem, cheguei aqui no dia 20 de julho, inicialmente fiquei hospedada em uma residência de universitárias - todas muy niñas, 18, 19 años no máximo. A Residencia era de irmãs Teresianas, felizmente ("Graças a Deus") não era obrigatório comparecer à missa. As "freirinhas" foram muito atenciosas e me explicaram como "sobreviver" em Montevidéu.
Logo nos primeiros dias me fui a conhecer o campus da Faculdade de Agronomia - putcha que lo parió - assim como em Porto Alegre -, o campus é triiii longe do centro da cidade, mas longe mesmo!!! nada que dois ônibus não me ajudassem a chegar ao destino. O Campus é esteticamente parecido com o da Agronomia aí em Porto Alegre, um prédio grande muito antigo e muito verde no entorno, no entanto, o campus dqaqui é bem menos "estruturado" do que o daí.
O grupo de pesquisa o qual estou vinculada é o das "Ciencias Sociales" para Agronomia - cujos os professores são Marta Chiappe, Mariela Bianco, Emílio Fernández, Soledad Figueredo e Matias Carambula (que em breve estará em Porto Alegre integrado por 15 dias ao TEMAS). Destes, Emílio, Matias e Soledad trabalham com o tema da "forestación" e com o emprego no espaço rural. Para os menos desavisados (temos que pensar em todos não é?!...) o tema da silvicultura de eucalipto é o que me trouxe a este doutorado sanduiche - é o tema de pesquisa do meu doutorado.
Bueno...
já percebi que as dinâmicas sobre a "forestación" são bem diferentes do que acontece no Brasil e por vários motivos...(mas isto requer um outro email).
Estou fazendo uma disciplina que se chama "Sociedad Rural, Actores Sociales y Instituciones", com o professor Alberto Riella (sociólogo que fez doutorado aí na Sociologia, orientado pelo Zé Vicente). Assisti a duas aulas apenas, mas já deu pra notar que o professor é fã de carteirinha do Professor Sérgio Schneider...que inclusive esteve aqui há algumas semanas ministrando algumas aulas para o professor Diego Piñero.
Cheguei aqui em Montevidéu com três artigos "nas costas" para entregar - um para o meu querido Jal, outro pra disciplina da História e outro pra Geografia - é isso aí... quem mandou escolher um doutorado multidisciplinar?! -
amanhã, espero, entregar o último dos artigos - algo do tipo como a expansão da silvicultura na Metade Sul do RS irá interferir em termos de transformação do meio e representações sociais dos grupos presentes neste território. Nesta próxima sexta-feira irei atravessar o país - irei à Quaraí - estranho falar "atravessar o país", pois se eu estivesse aí em porto alegre, iria vou "atravessar o estado" - irei dar uma aula da disciplina DERAD 009 do PLAGEDER.
A agenda por aqui é cheia. Semana que vem irei à cidade de Salto com o grupo de pesquisa dar um curso para mulheres rurais (em parceiria com a FAO). Este curso se repetirá em Paysandú em novembro, onde também estarei presente.
As disciplinas aqui no pós acontecem a cada dois meses e não existem muitas opções, portanto, optei em acompanhar disciplinas da graduação, cujo Matias é o professor.
As duas disciplinas que optei em acompanhar têm muitas saídas de campo e pelo visto conhecerei boa parte do interior do Uruguai - Bella Union, Rocha, Maldonado, Rivera entre outras.
Ahh apesar dos três artigos nas costas, já pude dar uma de turista na cidade e me dei conta de que daqui pra frente não serei mais "turista" e sim uma "quase Montevideana" (quem sabe até dezembro conseguirei!?).
A cidade é super charmosa e no frio, parece que fica mais charmosa ainda. E falando em frio, aiaiaiaiaiai, faz frio aqui gente - talvez pela proximidade com o rio da plata e venta muito, parece que o frio é maior.
Há uma semana atrás vim para um apartamento - perto do centro e da rambla (la rambla seria a nossa beira rio aí), fica no Bairro de Palermo - berço do Candombe. Às quintas-feiras se pode fazer aulas de candombe por R$ 7,00 a aula e aos sábados e domingos é comum ver e ouvir as pessoas reunidas pelas ruas tocamdo os tambores. Grande dose de cultura montevideana na veia.
As pessoas aqui são muito atenciosas e adoram os brasileiros, porém, odeiam os argentinos - não tem uma explicação muito concreta - falam que eles são arrogantes rsrsrsrs.
A cidade é tranquila de se viver, achei parecida com porto alegre - aqui tem alguns bairros que você pode caminhar "a pezito no más" - Centro, Palermo, Ciudad Vieja, Sur, Parque Rodo e Pocitos - todos estão à beira da "rambla". Pode-se caminhar a noita tranquilamente (fazer isso em Porto não é tão tranquilo!). O povo que faz pós aqui também é super alternativo e apesar do pouco tempo, já conheço alguns lugares bem bacanas pra levar vocês quando estiverem por aqui.
Divido o apartamento com uma uruguaia - aqui mesmo de Montevidéu (artista plástica e dona do apê) e uma austríaca que está aqui estagiando na Câmara Internacional do Comércio. Em setembro la chica se vá e chegará um alemão para vivir con nosotras.
Agora no apartamento se fala de tudo: alemão, austríaco, inglês, italiano, português, espanhol e "Mímica" que parece ser a língua que mais se compreende...bom, o meu espanhol é desgraçado, mas nos entendemos - pois, hablamos muy despacito.
No mais, existem muitas patricias, pilsen, stella artois e vinhos como o Don Pascual...
para aqueles que dependem de um colectivo como "yo" - existem os mais "diferenciados" colectivos que você já viu - cada ônibus tem a sua rádio preferida assim como a decoração de sua cabine é diferebciada. Acho que a CARRIS deveria se inspirar na decoração do Transporte público daqui.
Outra coisa típica - e que tenho que comentar com vocês - são os números das casas/edifícios - cada um com o seu "personal style"... mandarei fotos - ou como diria minha grande amiga Stella (que não é a Artois e sim a "de Brisa) - mandarei "las fuetos", para que averiguem as diferenças....
Ahhhh, já ia me esquecendo - ouvi hoje aqui em uma rádio local que o Brasil está prestes a chegar a "Estados Unidos do Brasil" - ai! ai! que medo!
No mais é isso gente, achei que seria legal fazer um relato de como estou vivendo por aqui.
Confesso que ainda estou descobrindo as coisas e acho que será assim até eu voltar à Porto Alegre...
sinto muitas e - muitas saudades de vocês,
por enquanto ainda é uma saudade "saudável" e não "doída"
espero que esta saudade permaneça assim,
afinal Dezembro está logo ali...
assim que der mais um tempinho - entre um artigo e outro e,
entre uma patrícia e outra -
mandarei novas notícias DESDE Montevideo
besotes como dizem aqui
beijo beijo beijo como dizem aí

amo vocês

...três dias em Montevideo...23 de julho/2010

meus queridos amigos,

me encontro em Montevidéu!
para aqueles que sabem do meu pânico de avião - pois vocês terão uma surpresa - a viagem foi maravilhosa - a "estrada" estava boa, sem turbulências, consegui ler uma revista e pasmém - olhei muitas vezes na janela, ah e até consegui ficar de pé para pegar minha bolsa!!! acho que estou perdendo o medo de avião (tá tá, mas a hora de subir ainda é horrível!) rsrsrs.

Bueno, estou agora em um pensionato de meninas (menininhas, diga-se de passagem, no máximo 18 anos). A administradora daqui é super gente fina - uma velhinha muito bacana mesmo, atenciosa, me levou no super, me explicou as dinâmicas das coisas em Montevidéu...
E hoje pela manhã fui ver um quarto em um apê para morar e aí que ja tengo casa...
todavia, só dia 30 de julho irei para lá
o apartamento é muy hermoso, a dona é una chica de 36 años, artista plástica, imaginem como é a decoração do apartamento?!? RE-linda como dizem aqui...
o quarto é amplo, tem uma sacadinha e entra mutio sol, tem lareira, internet, e fica em uma rua muy cerca del cientro y de la playa (la rambla). estou me aventurando com o espanhol como puderam ver, mas é horrível se ouvir hablando rsrsrsrs.
Hoje fez um lindo dia de sol e um friozito de uns 10 graus, muito parecido com Porto Alegre, no entanto, tem um ventinho sacana aqui, que parece que faz mais frio.
Andei pela cidade e as ruas são cheias de árvores - plátanos - mas também tem muito cocô de cachorro no chão, mesmo assim não se vê muito lixo.
Andei pela rambla - a beira-mar/rio daqui - e realmente a cidade é linda.
Espero vocês por aqui, assim que me mudar mando o endereço pra todos.
Vocês aí não esqueçam de mim e também me mandem notícias, porque daqui sempre que der mandarei...

beijocas e saudades de todos

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

La Bohème

La Bohème
Charles Aznavour

Je vous parle d'un temps
Que les moins de vingt ans
Ne peuvent pas connaître
Montmartre en ce temps-là
Accrochait ses lilas
Jusque sous nos fenêtres
Et si l'humble garni
Qui nous servait de nid
Ne payait pas de mine
C'est là qu'on s'est connu
Moi qui criait famine
Et toi qui posais nue

La bohème, la bohème
Ça voulait dire on est heureux
La bohème, la bohème
Nous ne mangions qu'un jour sur deux

Dans les cafés voisins
Nous étions quelques-uns
Qui attendions la gloire
Et bien que miséreux
Avec le ventre creux
Nous ne cessions d'y croire
Et quand quelque bistro
Contre un bon repas chaud
Nous prenait une toile
Nous récitions des vers
Groupés autour du poêle
En oubliant l'hiver

La bohème, la bohème
Ça voulait dire tu es jolie
La bohème, la bohème
Et nous avions tous du génie

Souvent il m'arrivait
Devant mon chevalet
De passer des nuits blanches
Retouchant le dessin
De la ligne d'un sein
Du galbe d'une hanche
Et ce n'est qu'au matin
Qu'on s'assayait enfin
Devant un café-crème
Epuisés mais ravis
Fallait-il que l'on s'aime
Et qu'on aime la vie

La bohème, la bohème
Ça voulait dire on a vingt ans
La bohème, la bohème
Et nous vivions de l'air du temps

Quand au hasard des jours
Je m'en vais faire un tour
A mon ancienne adresse
Je ne reconnais plus
Ni les murs, ni les rues
Qui ont vu ma jeunesse
En haut d'un escalier
Je cherche l'atelier
Dont plus rien ne subsiste
Dans son nouveau décor
Montmartre semble triste
Et les lilas sont morts

La bohème, la bohème
On était jeunes, on était fous
La bohème, la bohème
Ça ne veut plus rien dire du tout


****aqui cabe fazer o contrário...quem já não leu um conto do caio Fernando Abreu, onde ele diz "leia este conto ao som de charles Aznavour", pois bem, ouça esta música lendo um bom conto do Caio...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Com licença poética (Adélia Prado)

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.