Além do espetáculo, será promovido, no dia 29 de outubro, o debate GENET E SUA MANIFESTAÇAO NA CENA ATUAL, com a presença do professor Flávio Mainieri, do Departamento de Arte Dramática da UFRGS, e com o elenco do espetáculo. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público em geral.
sábado, 25 de outubro de 2008
O Balcão (Jean Genet)
Além do espetáculo, será promovido, no dia 29 de outubro, o debate GENET E SUA MANIFESTAÇAO NA CENA ATUAL, com a presença do professor Flávio Mainieri, do Departamento de Arte Dramática da UFRGS, e com o elenco do espetáculo. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público em geral.
Um Risco no Céu
Sapatos em Copacabana
Caminharei os meus sapatos em Copacabana
Atrás de livro algum pra ler no fim de semana
Exercitar aquela velha ótica sartreana
Vendo o maxixe falso da falsa loira falsa bacana
O mendigo ensaia o passo lento um carro avança
Sei que não tenho idade
Sei que não tenho nome
Só minha juventude
O que não é nada mal
(escreverei os meus sapatos na tua idéia
escreverei os meus sapatos na tua postura
escreverei os meus sapatos na tua cara
escreverei os meus sapatos no teu verbo
escreverei os meus sapatos nos teus
Copacabana)
Regressarei os meus sapatos por Copacabana
Na mão direita o sangue de uma história italiana
Escorregar um tango numa casca de banana
Quando cair só vou lembrar da tua risada sacana
O polícia esquece a mão suspensa um carro avança
Sei que não tenho idade
Sei que não tenho nome
Só minha juventude
O que não é nada mal
(as negras pupilas do verso dilatam)
(os automóveis jorram de um piano)
(as negras pupilas do verso dilatam)
(os automóveis jorram de um piano)
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
"The Fairest Of The Seasons" (A mais leal das estações)
Agora que o ponteiro aterrizou no fim
Agora que é real
Agora que os sonhos deram tudo que eles tinha que emprestar
Eu quero saber se eu fico ou eu vou
E talvez tento outra vez
E eu realmente tenho uma mão no meu esquecimento?
Agora que eu tentei
Agora que eu finalmente descobri que este não é o caminho
Agora que eu viro
Agora que eu sinto que é hora de passar a noite fora
Eu quero saber se eu fico ou eu vou
E talvez finalmente divido a rima
E eu realmente entendo oque está por debaixo?
Sim e a manhã me teve
Olhando nos seus olhos
E vendo os meus me avisando
Para ler os sinais cuidadosamente
Agora que é luz
Agora que a vela está caindo mais pequena na minha mente
Agora que está aqui
Agora que eu quase estou não tão distante
Eu quero saber se eu fico ou eu vou
E talvez sigo outro sinal
E eu realmente tenho uma canção em que eu possa andar?
Agora que eu posso
Agora que é fácil, sempre fácil inteiramente
Agora que estou aqui
Agora que estou caindo à luz do sol e à uma música
Eu quero saber se eu fico ou eu vou
E eu tenho que fazer apenas um
E eu posso escolher de novo se eu devo perder a razão?
Sim e a manhã me teve
Olhando nos seus olhos
E vendo os meus me avisando
Para ler os sinais cuidadosamente
Agora que eu sorrio
Agora que estou rindo ainda mais no fundo do coração
Agora que eu vejo
Agora que eu finalmente descobri a coisa que negava
É agora que eu sei se eu fico ou eu vou
E é finalmente que eu decido
Que estarei partindo
Na mais leal das estações
Nico (Cantora Alemã), 1967
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Berenice
O infortúnio é múltiplo. A infelicidade na terra tem
muitas formas. Dominando o amplo e curvo horizonte, seus
matizes são vários como os vários matizes de cores do
arco-íris – e igualmente distintos, ainda que numa
gradação toda particular. Dominando o amplo horizonte
como o arco-íris! Por que fui derivar da beleza algo tão
atroz? Da promessa de paz tal símile de tristeza? Mas se,
na Ética, o mal é uma conseqüência do bem, então, de
fato, a tristeza se origina da alegria. Assim como a
memória da felicidade passada é a angústia de hoje, ou os
tormentos atuais são frutos dos êxtases que uma vez
existiram.